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domingo, 12 de agosto de 2012

II Pedro – parte 4/4

II PEDRO

Parte 4/4

 

Pr. Walmir Vigo Gonçalves

www.prwalmir.blogspot.com.br

prwalmir@hotmail.com

 

 

 

Observação:

 

O fato de eu citar vários autores não significa que eu considere corretos todos os seus escritos e nem que eu os esteja recomendando.

 

QUE PESSOAS NOS CONVÉM SER?

(3:1-18)

 

 

1.    Depois de abordar sobre o verdadeiro conhecimento em contraste com o falso, e sobre os falsos mestres, Pedro passa a abordar sobre a “Parousia” (a Segunda vinda de Cristo) e sobre como devemos nos comportar diante desse fato.

2.    Dessa maneira, Pedro está novamente falando contra os hereges gnósticos, apontando um de seus erros doutrinários centrais: a negação da Segunda vinda de Cristo, e, também, encorajando os seus leitores cristãos, despertando-lhes o ânimo sincero. Vamos dividir este capítulo em três partes também, a exemplo do capítulo anterior.

 

 

I. A Negação de Sua Vinda.

3:1-4

 

 

1.    Nos quatro primeiros versículos deste capítulo, Pedro fala sobre as pessoas que negavam a vinda de Cristo.

2.    No v. 4 ele expõe o argumento utilizado pelos hereges de sua época para defenderem sua tese. Eles usavam o argumento de que ano se sucedia a ano e nada de novo acontecia, desde a antiguidade, e, se assim era, por que essas coisas extraordinárias apregoadas pelos cristãos, como a segunda vinda de Cristo, da maneira como ela é apresentada, haveriam de acontecer?

3.    Pedro diz que estes homens, que assim pensavam e apregoavam, não eram mais que escarnecedores que andavam segundo suas próprias concupiscências.

4.    Hoje também existem muitos que negam a Segunda vinda de Cristo e tudo o mais relacionado a ela. Tomemos cuidado também, para não perdermos de vista a esperança da volta de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

 

 

II. A Certeza de Sua Vinda.

3:5-10

 

 

1.    Pedro passa a mostrar algumas coisas que aqueles hereges estavam ignorando:

a.    Deus, pela Sua Palavra trouxe à existência, desde a antiguidade, os céus e a Terra. A Terra foi tirada da água e no meio da água subsiste, diz o v. 5. Há alguma considerações que já foram feitas por homens estudiosos sobre este versículo, mas, para nós, interessa aqui a demonstração do poder de Deus (Leia Gênesis 1). Aqueles escarnecedores estavam ignorando o poder que Deus tem de levar a cabo todos os seus projetos.

b.    Eles ignoravam também o fato de Deus ter anunciado e ter destruído o mundo antigo, pelas águas do dilúvio.

 

2.    Isso, e outras coisas mais, eles ignoravam voluntariamente, deliberadamente, porque eles bem sabiam sobre estas coisas.

3.    Após falar sobre a destruição do mundo antigo pelo dilúvio, Pedro diz que haverá outra destruição, de uma maneira diferente: pelo fogo. “A mesma Palavra que criou a criação original e a levou à destruição no dilúvio e estabeleceu uma nova ordem de coisas após o dilúvio, levará essa nova ordem a juízo, bem como os homens ímpios”.[1]

 

 

4.    Alguns tinham, e têm, essas promessas como tardias. Mas elas não são tardias; elas ainda não se cumpriram porque estamos sob a longanimidade de Deus, e, ademais, para Deus um dia é como mil anos, e mil anos como um dia, isto é, para Deus não existe “tempo”, o tempo é “relativo”.

5.    “Mas o dia do Senhor virá”, diz Pedro. E virá da mesma maneira como vem o ladrão de noite, ou seja, inesperadamente, repentinamente. E então, “os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a Terra e as obras que nela há, se queimarão”.

6.    A vinda de Jesus, com tudo o que a acompanha, é certa, creiam os homens, ou não.

 

 

III. Vivendo Para a Sua Vinda.

3:11-18

 

 

1.    Pedro passa agora a fazer uma aplicação ética da doutrina da Segunda vinda de Cristo.

2.    Nos vs. 11 e 12 temos uma boa pergunta: Que pessoas nos convém ser?

3.    Antes de dar a resposta, Pedro faz uma observação: “Mas nós, segundo a Sua promessa, aguardamos novos céus e nova Terra em que habita a justiça”, e depois responde:

a.    Devemos procurar que dele sejamos achados imaculados, irrepreensíveis e em paz – Com isso, Pedro conclama seus leitores a agirem de modo diferente dos gnósticos. O crente não pode caracterizar-se por uma vida maculada moralmente, e nem se tornar repreensível, isto é, dar razão para condenações justas. E deve também procurar viver em paz (quando e o quanto estiver nele).

b.    Devemos nos lembrar que fomos alcançados pela longanimidade do Senhor, e por isso somos salvo – Pode estar em foco aqui, também, a exortação a que sejamos diligentes na evangelização, considerando o tempo de espera como uma oportunidade para que outros sejam salvos. Paulo também ensinava assim.

c.    Devemos nos cuidar contra o engano de homens abomináveis, para não cairmos de nossa firmeza.

d.    Devemos crescer na graça e conhecimento de Nosso senhor e Salvador Jesus Cristo.

 

4.    Que pessoas nós devemos ser? Pessoas espirituais, cuja pátria está nos céus, e que hajam de conformidade com esse fato.

5.    Pedro termina, então, essa carta, com uma doxologia: “A Ele seja dada a glória, assim agora, como no dia da eternidade”.

6.    Até nessa doxologia, no final da carta, Pedro mostra a transcendência de Deus sobre tudo, inclusive o tempo. Ele fala de DIA da eternidade, ou dia eterno. Agostinho assim se expressou: “Trata-se de um dia, mas de um dia eterno, sem ontem que o anteceda, e sem amanhã que o siga; não será produzido pelo sol natural, que então não mais existirá, e, sim, por Cristo, o Sol da Justiça”[2]

 

 

7.    A esse Deus transcendente devemos dar glória através de nossos louvores, e, mui especialmente, através de nossa vida.

 

 

CONCLUSÃO.

 

 

1.    Para concluir esse estudo, quero apenas relembrar algumas coisas que estudamos:

a.    Essa carta de Pedro foi escrita para combater heresias que proliferavam na época, propagadas pelos gnósticos.

b.    Pedro se identificou como douloz (doulos = servo, ou, literalmente, escravo), alguém que não tem vontade própria independente da vontade de seu senhor.

c.    Pedro também se identificou como Apóstolo, o que mostra a autoridade de suas palavras.

d.    Os destinatários eram todos que haviam alcançado fé igualmente preciosa.

e.    Pedro destaca, no capítulo 1, o verdadeiro conhecimento. Em contraste com o ensinamento dos gnósticos, Pedro diz que o verdadeiro conhecimento gera transformação. Leia o v. 4. Esse v. fala sobre o sermos participantes da natureza divina. Leia também estes outros textos: Romanos 8:29; II Coríntios 3:18; Efésios 3:14 e 19b. Se, de alguma maneira, Deus nos torna participantes de Sua natureza, temos que agir segundo essa natureza. Agora leia os vs. 5-9.

f.     No capítulo 2, Pedro fala sobre os falsos mestres. Estes, sempre existiram, e sempre existirão; sempre foram e sempre serão seguidos por muitos; e, também, estes já têm a sua perdição decretada por Deus. Os falsos mestres se ocupam de introduzir, sutilmente, heresias de perdição, de negar o Senhor Jesus Cristo, e outras coisa mais. Em 2:10-19, Pedro faz uma descrição deles. Eram, e são, verdadeiras pragas, os falsos mestres.

g.    No capítulo 3, Pedro fala sobre a Segunda vinda de Cristo. Os hereges negavam isso com argumentos absurdos, mas Pedro mostra que a vinda do Senhor é certa, e, por isso, nós que esperamos essa vinda, temos que procura viver uma vida imaculada, irrepreensível e em paz. Temos que nos guardar contra esses homens abomináveis, e procurar crescer na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. (Leia todo o capítulo 3).

2.    Amados irmãos, terminamos aqui o nosso estudo sobre essa carta que tem preciosas lições e preciosos alertas para nós. Espero que todos tenhamos aproveitado bastante desses estudos. Que Deus vos abençoe a todos!

 

 



 

[1] CHAMPLIN, R. N. – “O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo” – Vol. 6: Tiago- Apocalipse. 10ª reimpressão, São Paulo, Editora Candeia, 1998. Comentário extraído

 

da p. 207.

 

[2] AGOSTINHO, citado por R. N. Champlin, em “O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo” – Vol. 6: Tiago-Apocalipse. 10ª reimpressão. São Paulo, Editora Candeia,

 

1998. Comentário extraído da p. 214.

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