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segunda-feira, 29 de abril de 2013

Andar na Verdade

 

ANDAR NA VERDADE

 

1.    Convido-os a uma leitura na terceira carta de João – toda a carta.

2.    A terceira carta de João é uma carta pequena: apenas um capítulo e apenas 15 versículos.

3.    É uma carta assinada por João, identificado aqui como “O PRESBÍTERO” (trata-se do Apóstolo João), mas é uma carta divinamente inspirada e, portanto, Palavra de Deus.

4.    A carta foi dirigida a um sujeito de nome Gaio, por quem João certamente tinha uma grande afeição, uma vez que o chama de AMADO, e diz “a quem em verdade eu amo” (Isto é, “a quem eu verdadeiramente amo”, ou ainda, “a quem eu amo mediante os laços do evangelho”).

5.    João havia recebido um testemunho positivo de Gaio, por parte de alguns irmãos que haviam estado com ele, e, ao escrever-lhe, começa expressando dois sentimentos seus em relação a ele, a saber:

a.    Um Desejo – “...desejo que te vá bem em todas as coisas, e que tenhas saúde...” (v.2, versão A.R.C.)

b.    Sua Alegria – “Não tenho maior gozo do que este: o ouvir que os meus filhos andam na verdade.” (v.4, versão A.R.C.)

6.    Agora leiamos novamente os versos 2 a 4:

 

“Amado, desejo que te vá bem em todas as coisas e que tenhas saúde, assim como bem vai a tua alma. Porque muito me alegrei quando os irmãos vieram e testificaram da tua verdade, como tu andas na verdade. Não tenho maior gozo do que este: o de ouvir que os meus filhos andam na verdade.” (3 João 1:2-4 RC)

 

7.    Irmãos amados, a mensagem de Deus para nós, nesta oportunidade, é um estímulo para que andemos na verdade, porque, não uma pessoa apenas, que nos tenha liderado, ou que nos é mais chegada, porém, o próprio Deus alegra-se em que andemos na verdade. Afinal, foi para isso que Ele nos deu o seu Espírito, para nos guiar na verdade.

8.    Mas, em primeiro lugar,

 

I. O QUE É A VERDADE?

 

1.    “VERDADE s. f.; realidade; exatidão; sinceridade; coisa verdadeira; princípio certo.”[1]

2.    Esta é a definição do Dicionário 2001 do Homem Moderno sobre verdade; e, em termos gerais, puramente humanos, está correto. Mas não é satisfatória quando se trata de definir a verdade da qual o texto nos fala, pois esta é espiritual.

3.    Quando João fala aqui, expressando sua alegria, sobre andar na verdade, ele fala sobre, segundo já disse Eduard Macdowell, “a verdade da maneira como ela é revelada em Jesus Cristo, o Filho de Deus”[2].

4.    Dessa maneira, o que vem a ser a verdade? Vejamos:

a.    Tudo aquilo que vem de Deus é verdade – “Mas quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir” (João 16:13 – Versão A.R.C.)

b.    A Palavra de Deus é a Verdade – “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (João 17:17 – versão A.R.C.)

c.    Enfim, a Verdade Suprema é o próprio Cristo – “Eu sou o caminho, e a VERDADE, e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim”.

5.    Em termos práticos, o Dicionário Bíblico Almeida, dentre algumas definições, diz:

 

... a verdade tal como ensinada na religião cristã, com respeito a Deus e a execução de seus propósitos através de Cristo, e com respeito aos deveres do homem, opondo-se igualmente às superstições dos gentios e às invenções dos judeus, e às opiniões e preceitos de falsos mestres até mesmo entre cristãos.

 

6.    Tendo entendido o que é a verdade, passemos a considerar agora:

 

II. O QUE É ANDAR NA VERDADE?

 

1.    João diz que estava alegre porque Gaio andava na verdade.

2.    Mas, o que é andar na verdade?

3.    Há quem pense que andar na verdade é apenas fazer algumas coisinhas básicas, como:

a.    frequentar uma igreja;

b.    fazer uma leitura diária da Bíblia;

c.    orar na hora das refeições e na hora de dormir;

d.    estudar a lição da E.B.D.; etc. .

4.    Porém, apesar de essas coisas serem normais na vida de quem procura andar na verdade, e digo que até consequências naturais e demonstrativas do andar na verdade, este ato é muito mais do que isso, é mover-se e existir em Cristo, de maneira que glorifique a Cristo, procurando não violar as nossas responsabilidades provenientes do pacto que temos feito com Deus mediante Cristo Jesus.

5.    Andar na verdade é, então, andar em Cristo, e andar em Cristo significa, sem pretender esgotar esse significado:

a.    Aproximar-se da luz – “Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” / “Falou-lhe pois Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida" (João 3:21 e 8:12 – versão A.R.C.)

b.    Fazer o bem – “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Efésios 2:10 – versão A.R.C.)

c.    Andar de modo digno de nosso chamado – “Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz. Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação” (Efésios 4:1-4 – versão A.R.C.)

d.    Andar pela fé – “Como, pois, recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim também andai nele...” (Colossenses 2:6 – versão A.R.C.) – “Assim como foi recebido pela fé, Jesus deve, agora, ser, mediante a fé, o padrão de vida do crente, num reconhecimento constante do senhorio de Cristo sobre sua existência[3]

e.    Andar como Ele andou – “Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou” (I João 2:6 – versão A.R.C.)

f.     Viver de modo digno dele – “Por essa razão, desde o dia em que o ouvimos, não deixamos de orar por vocês e de pedir que sejam cheios do pleno conhecimento da vontade de Deus, com toda a sabedoria e entendimento espiritual. E rogamos isso para que vocês vivam de maneira digna do Senhor e em tudo possam agradá-lo, frutificando em toda a boa obra, crescendo no conhecimento de Deus e sendo fortalecidos com todo o poder, de acordo com a força da sua glória, para que tenham toda a perseverança e paciência com alegria, dando graças ao Pai, que nos tornou dignos de participar da herança dos santos no reino da luz.” (Colossenses 1:9-12 – versão N.V.I.)

g.    Viver desprendidos das coisas deste mundo – O mancebo de qualidade é um exemplo negativo, mas Zaqueu é um exemplo positivo.

h.    Em resumo: é não vivermos mais para nós mesmos, segundo a nossa vontade. Aliás, é não vivermos mais! – Veja os textos abaixo:

 

“Porque nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si. Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, quer vivamos ou morramos, somos do Senhor”. (Romanos 14:7-8 – versão A.R.C.)

 

“E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.” (II Coríntios 5:15 – versão A.R.C.)

 

“Para que, no tempo que vos resta na carne, não vivais mais segundo as concupiscências dos homens, mas segundo a vontade de Deus”. (I Pedro 4:2 – versão A.R.C.)

 

“Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.” (Gálatas 2:20 – versão A.R.C.)

 

6.    Que bom quando o servo do Senhor vive a sua vida desse modo.

7.    João estava alegre porque seu querido amigo e filho na fé, Gaio, vivia assim.

8.    Consideremos agora, em terceiro lugar,

 

III. POR QUE ANDAR NA VERDADE?

 

1.    Se sairmos, em uma pesquisa de público, lançando essa pergunta, sem explicarmos qual a verdade a que nos referimos, isto é, sem dizermos que a verdade sobre a qual queremos saber por que andar nela é Cristo, ouviremos muitas respostas diferentes, sendo que, creio eu, a maioria, senão todas, voltadas para o lado da moralidade.

2.    Se explicarmos que a verdade a que nos referimos é Cristo, ainda assim muitas respostas se voltarão para o lado da moral, uma vez que Cristo é o mais perfeito exemplo de moral elevado.

3.    Se todos seguissem, no âmbito moral, o exemplo de Cristo, muitos problemas que hoje temos não existiriam.

a.    Não precisaríamos de cadeias;

b.    os relacionamentos humanos seriam melhores;

c.    os lares seriam equilibrados, pois não haveriam os motivos diversos que hoje o desequilibram; etc..

4.    Mas o fato de se ter uma boa moralidade (e muitos hoje têm), não quer dizer que se anda na verdade, sendo ela Cristo, conforme já dissemos. Querem ver exemplos? Então leiamos Mateus 19:16-22 e João 3:1-3:

 

“E eis que, aproximando-se dele um jovem, disse-lhe: Bom Mestre, que bem farei, para conseguir a vida eterna? E ele disse-lhe: Por que me chamas bom? Não há bom, senão um só que é Deus. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos. Disse-lhe ele: Quais? E Jesus disse: Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho; honra teu pai e tua mãe, e amarás o teu próximo como a ti mesmo. Disse-lhe o jovem: Tudo isso tenho guardado desde a minha mocidade; que me falta ainda? Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu; e vem e segue-me. E o jovem, ouvindo essa palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades.” (Mateus 19:16-22 RC)

 

“E havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos, príncipe dos judeus. Este foi ter de noite com Jesus e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és mestre vindo de Deus, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele. Jesus respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus.” (João 3:1-3 RC)

 

5.    Nem o mancebo de qualidade e nem Nicodemos andavam na verdade, isto é “andavam em Cristo” nessas ocasiões desses encontros com Jesus, ainda que fossem de moral elevada.

6.    Então, olhando desse prisma, espiritualmente, sendo Cristo a verdade na qual precisamos andar, esta pergunta exige uma resposta mais do que

 

a.    –“é porque é uma questão moral”, ou –“porque ele, Cristo, é exemplo de moralidade elevada”;

 

ou, ainda:

 

b.    –“porque é socialmente bom”.

 

7.    Tudo isso nós podemos fazer, e, ainda assim, estarmos distantes de Cristo. Aliás,

a.    ele disse certa vez, de pessoas que, no fim dos tempos, se aproximarão dele e narrarão as muitas boas coisas que fizeram, até usando o Seu nome. Mas ele lhes dirá: “não vos conheço”.

b.    ele disse até acerca do surgimento de pessoas “poderosas” que farão tão grandes sinais e prodígios mas que são falsos profetas, enganadores... (Não acredita não? Veja Mateus 24.24)

8.    Bom, então por que é que precisamos andar na verdade, se não for simplesmente para nos tornarmos melhores cidadãos, pais, cônjuges, etc.?

9.    Quero alistar apenas alguns motivos:

a.    Motivo número 1: para termos com Deus comunhão de filhos com o Pai“Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; aos que crêem no seu nome.” (João 1:11-12 – versão A.R.C.).

                                  i.    Os homens conheciam a Deus como CRIADOR e GOVERNADOR;

                                ii.    conheciam sua SANTIDADE, seu PODER, sua BENEFICÊNCIA.

                               iii.    Jesus veio e trouxe a revelação de Deus como PAI.

                               iv.    E, quem quiser, pode ter com Ele essa relação de um filho com um pai.

                                v.    Mas, para isso, é preciso andar na verdade, em Cristo, isto é, recebê-lo.

                               vi.    É só por intermédio de Cristo que isso é possível. / “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisa velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. E tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação; isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” (II Coríntios 5:17-19 – versão A.R.C.)

b.    Motivo número 2: só em Cristo encontramos perdão para os nossos pecados – “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo, para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça.” (I João 1:9 – versão A.R.C.)

c.    Motivo número 3: só em Cristo temos garantia de eterna herança celestial

                                  i.    Em Hebreus 9:15-22 vemos que, dessa herança, Cristo é o Mediador e Testador, e, como tal, precisou morrer na cruz para validar o testamento.

                                ii.    Em Atos 16, quando Paulo e Silas estavam presos em Filipos, açoitados com varas, e com as vestes rasgadas, e mesmo assim oravam e cantavam louvores a Deus, sobreveio um terremoto tão grande que sacudiu os alicerces da prisão, e todas as cadeias foram abertas. O carcereiro, amedrontado, e pensando que os presos haviam fugido, quis se matar. Mas Paulo e Silas o impedem; eles não haviam fugido; e o carcereiro, admirado, depois de todos esses acontecimentos, quis saber o que fazer para ter a vida eterna. A resposta foi-lhe dada: “Crê no Senhor Jesus Cristo...”

d.    Motivo número 4: só em Cristo encontramos a verdadeira paz, independente das circunstâncias – Essa é por fé.

                                  i.    Um belo exemplo é este que já citei, de Paulo e Silas na prisão em Filipos. Eles estavam de tal forma relacionados com Deus, por intermédio de Cristo, que o mundo não podia atingir, e sequer tocar, a sua fonte de alegria, que era Deus, em Cristo Jesus.

                                ii.    As pessoas, mesmo cristãs, que têm como fonte de alegria, ao invés de Deus, ou concorrendo com Deus, o seu corpo, suas vestes, seu lazer, sua casa, seu rádio, sua televisão, comidas, etc., dificilmente conseguirão sentir essa paz, pois, apesar de, como nos diz João 14:27, Cristo no-la ter deixado como legado, ela não é algo que possa ser injetado em nossas veias como uma droga qualquer. Ela é algo do qual nós precisamos tomar posse, por intermédio de Jesus que nos reconciliou com Deus, possibilitando-nos fazer de Deus a nossa única fonte de alegria. Dessa forma, pode o mundo açoitar-nos, rasgar nossas vestes, destruir as nossas casas, levar os nossos bens, privar-nos de boa alimentação, e ainda assim estaremos como Paulo e Silas na prisão de Filipos: orando e cantando louvores a Deus. Ainda que possam tirar até nossas vidas, ninguém pode nos tirar esta alegria, esta paz; ninguém pode nos tirar Deus, a fonte dessa alegria e paz; ninguém pode nos arrebatar das mãos de Deus, quando n’Ele estamos arraigados e firmados. Quem pode nos separar do amor de Deus? Nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem principados, nem qualquer coisa que já existe ou que venha a existir, nem poderes, nem a altura ou a profundidade e nem qualquer outra criatura; nada! Diz-nos a Palavra de Deus em Romanos 8:38 e 39.

10. Mostramos quatro motivos, mas bastaria apenas o primeiro. E mesmo assim, há muitas pessoas duras de coração, que insistem em se manter longe de Deus, longe de Jesus, e, nessa dureza, muitos têm partido para a eternidade sem Deus e sem salvação.

11. Como está você, em relação a Jesus Cristo?

12. Passemos adiante:

 

IV. COMO ANDAR NA VERDADE?

 

1.    Como fazer para andar na verdade?

2.    Bom, aqui, talvez, eu teria que parar e depois começar uma série de outras mensagens, falando sobre fé, esperança, amor, ética cristã, estudo da bíblia, oração, etc.

3.    Mas nada disso vale sem o primeiro passo: buscar o reinado de Cristo sobre nossas vidas, isto é, converter-mo-nos, de verdade, a ele. Aliás, podemos dar mil passos, porém, sem esse primeiro, ainda assim não estaremos andando na verdade (é o exemplo de Nicodemos). E podemos, dando o primeiro passo, morrermos logo em seguida, sem conseguirmos dar o segundo. Teremos andado na verdade, e receberemos a herança celestial (é o exemplo do ladrão na cruz).

4.    Jesus disse aos seus discípulos, em Mateus 28:19-20, para irem e fazer discípulos de todas as nações, batizá-los em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e, ensiná-los a guardar o que ele havia ensinado. Vemos então que, primeiro nos tornamos discípulos de Jesus, para depois aprendermos a guardar todas as coisas que Ele ordenou.

5.    Você já deu o primeiro passo?

6.    Você está  interessado em aprender a andar na verdade?

7.    Isso está sendo sempre estudado nesta igreja, e você pode vir estudar conosco...

 

CONCLUSÃO.

 

 

1.    Para concluir deixe-me contar uma história que li em algum lugar:

 

Certa vez a verdade e a mentira foram passear juntas. Passaram perto de um belo lago, e o dia estava quente. A mentira falou à verdade: ‘Venha, vamos nadar juntas, está um dia tão bonito.’ A verdade respondeu: ‘Sim, vamos nadar.’ Ambas se despiram, e a verdade pulou na água antes da mentira; a mentira ficou fora da água, pegou as roupas da verdade e sumiu. Desde então, a mentira anda por aí com as roupas da verdade, mas a verdade é considerada mentira.

 

2.    Meu querido, não se deixe enganar. Muitos há que, intencionalmente ou não, querem desacreditar a Palavra de Deus. Mas a Palavra de Deus é a verdade, o Cristo revelado na e pela Palavra de Deus é a verdade que liberta.

3.    E você ouviu hoje, através da pregação dessa Palavra que se você quiser ter comunhão com Deus, comunhão de Pai e filho; se você quiser que seus pecados sejam perdoados; se você quiser ser possuidor de eterna herança no céu e se você quiser ter verdadeira paz independente das circunstâncias, você precisa andar na verdade que é Cristo Jesus. Você precisa receber a Cristo em sua vida como Salvador e Senhor, único e suficiente.

4.    Quero ainda dizer a você que “A” (não “uma”) grande bênção é andar na verdade. Andemos, pois, na verdade.

 

 

Pr. Walmir Vigo Gonçalves



[1] MIRANDA, Augusto – Dicionário 2001 do Homem Moderno. Editorial Focus.

[2] MACDOWELL, Eduard, em o Comentário Bíblico Broadman, volume 12. Página 269.

[3] RYRIE, Charles Caldwell – Comentário sobre Cl. 2:6 em a Bíblia Anotada; editora Mundo Cristão.

domingo, 28 de abril de 2013

Estudos no Sermão do Monte / parte 22 - Amai… Até os vossos inimigos

 

AMAI... ATÉ OS VOSSOS INIMIGOS

 

Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e aborrecerás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem, para que sejais filhos do Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons e a chuva desça sobre justos e injustos. Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim? Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai, que está nos céus. (Mateus 5:43-48 RC)

 

01. O amor é uma virtude muito poderosa, a mais poderosa de todas. Paulo, em 1 Coríntios 13, diz que sem ele, ainda que a pessoa possua uma série de outras qualidades (dons), ela nada seria.

02. Platão, em “Banquete”, diz, sobre o amor, que ele supre bondade e bane a maldade; que ele oferece amizade e perdoa a inimizade; que ele é a alegria do bondoso e a maravilha do sábio; que em cada palavra, trabalho, desejo, temor, ele é o piloto, o camarada, o ajudador, o melhor e mais brilhante orientador, em cujos passos deve seguir todo homem.

03. Alguns provérbios italianos dizem sobre o poder do amor:

a.    “O amor governa sem a lei”

b.    “O amor governa o seu reino sem a espada”

c.    “O amor é o senhor de todas as artes”

04. Li em determinado lugar uma belíssima história sobre o poder do amor:

 

Um homem contou a história de que ele foi, certa vez, conselheiro em um acampamento de igreja que abrigava meninos pequenos. Um dos meninos que estava no acampamento tinha sido vítima de paralisia cerebral, e os outros meninos se divertiam com ele, imitando os seus gestos descontrolados e, de maneira geral, tornando a vida dele uma miséria. Um dos meninos deveria fazer um breve sermão na última noite do acampamento, e os colegas resolveram que o candidato certo para o trabalho era o menino com paralisia cerebral. Eles se divertiriam enquanto ele lutasse por expressar-se. Portanto, o pobre menino seria a “diversão”, o “espetáculo” daquela noite. Os risos já se tinham espalhado por toda a jovem audiência quando o menino subiu ao púlpito. Ele conseguiu gaguejar o seu sermão bem simples dizendo que tinha três coisas para compartilhar com os outros: 1) A Primeira é que ele sabia que Deus o amava; 2) A Segunda era que ele sabia que Deus amava a todos eles; 3) Portanto, a Terceira coisa, segundo ele assegurou aos outros meninos, era que ele próprio os amava. Toda a audiência prorrompeu em lágrimas e vidas foram transformadas naquela noite. Por quê? É porque o amor estava presente... E nos anos que se passaram, vários dos meninos que tinham estado naquele acampamento confessaram que, pela primeira vez, naquela noite, sentiram a presença de Jesus, e muitos se consagraram ao serviço cristão.

 

05. Jesus, no presente texto bíblico de nossos estudos no Sermão do Monte, apresenta-nos a última de suas seis “ilustrações” para explicar e aclarar o Seu ensino concernente ao significado da Lei de Deus em contraste com a pervertida interpretação feita pelos escribas e fariseus.

06. Relembremos as cinco “ilustrações” anteriores:

a.    Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo.  Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão será réu de juízo, e qualquer que chamar a seu irmão de raca será réu do Sinédrio; e qualquer que lhe chamar de louco será réu do fogo do inferno...

b.    Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério.  Eu porém, vos digo que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar já em seu coração cometeu adultério com ela...

c.    Também foi dito: Qualquer que deixar sua mulher, que lhe dê carta de desquite.  Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério; e qualquer que casar com a repudiada comete adultério. 

d.    Ouvistes que foi dito aos antigos: Não perjurarás, mas cumprirás teus juramentos ao Senhor.  Eu, porém, vos digo que, de maneira nenhuma, jureis

e.    Ouvistes que foi dito: Olho por olho e dente por dente.  Eu, porém, vos digo que não resistais ao perverso...

07. E nesta última ilustração, que temos diante de nós, Jesus vai mostrar que a Lei de Deus nos ensina a amar, e amar até, diferentemente da interpretação e ensino dos escribas e fariseus, os nossos inimigos.

08. Comecemos por observar a interpretação e o consequente ensinamento dos escribas e fariseus:

 

AMAR AO PRÓXIMO E ABORRECER O INIMIGO.

 

09. Esse era o ensino dos escribas e fariseus. Mas,

a.    de onde eles tiraram essa ideia?

b.    Como eles chegaram a essa interpretação?

c.    Onde, na “Lei” está escrito isso?

10. Em lugar nenhum da “Lei de Deus” / “legislação Mosaica” está escrito isso. Entretanto, como a lei que diz “amarás a teu próximo” vem de Levítico 19.18, e ali há alusão específica aos israelitas (“filhos de teu povo”), as autoridades religiosas acrescentaram a outra metade: “odiarás a teu inimigo”. E eles, em geral, realmente praticavam isto, a ponto de alguns romanos os acusarem de detestar a raça humana (odium generis mundi)[1].

11. Lloyd-Jones chama a atenção para o fato de que os Judeus consideravam os outros povos como meros cães e, por outro lado, os povos gentílicos desprezavam os judeus, havendo, portanto, entre judeus e gentios o que o apóstolo Paulo denominou em Efésios 2.14 de “parede de separação”, que foi “derrubada” por Cristo, a nossa paz – em Cristo ambos os povos somos um só povo; em Cristo todos os que recebemos a Jesus pela fé, independente de que nação sejamos, nos tornamos cidadãos celestiais, concidadãos dos santos e da família de Deus (Efésios 2).

12. Talvez – considera Lloyd-Jones, sem querer tornar mais suave o erro dos escribas e fariseus – eles tenham encontrado encorajamento para tal atitude, pelo menos em parte, em um mau entendimento acerca do porque de algumas ordens e atitudes da parte do próprio Deus, como por exemplo, a ordem de exterminar os cananeus. Como entender isso? E, indo mais além, como conciliar o amor a todos, até aos inimigos, com a existência de uma punição eterna?

13. Não é muito difícil entender quando não fechamos os olhos para um elemento muitas vezes ignorado: o elemento judicial. O amor de Deus não elimina a Sua justiça. Pensando nisto Lloyd-Jones faz o seguinte comentário explicativo:

 

Enquanto estamos neste mundo e nesta vida, Deus, de fato, faz o Seu sol nascer sobre bons e maus, abençoando pessoas que até O odeiam, e enviando chuvas àqueles que O desafiam. Sim, Deus continua fazendo isso. Ao mesmo tempo, porém, Ele os adverte que, a menos que se arrependam, finalmente estarão na perdição eterna. Portanto, pesados todos os fatores, não há nenhuma contradição. Povos como os moabitas, os amorreus e os midianitas haviam rejeitado deliberadamente as realidades divinas; e Deus, na qualidade de Deus e de eterno e justo Juiz, proferiu juízo contra eles. Faz parte da prerrogativa divina agir assim. Porém, a dificuldade que cercava os fariseus e os escribas era que eles não faziam tal distinção. Tomavam esse princípio judicial e o punham em operação em suas atividades comuns, em suas vidas diárias. Consideravam que isso os justificava do ódio que votavam aos seus inimigos, odiando a qualquer pessoa por quem tivessem aversão, ou a qualquer pessoa que de alguma forma os ofendesse. Desse modo, destruíam deliberadamente o princípio básico da lei de Deus, que é esse grande princípio do amor.[2]

 

14. Resumindo, não há em lugar nenhum da Palavra de Deus e em nenhuma atitude de Deus, base para amarmos só o nosso “próximo” (pensando em próximo como “os nossos”) e não aos nossos inimigos, e muito menos para odiar nossos inimigos. A ordem é AMAR! Amar amigos e até inimigos.

15. A interpretação e o consequente ensino dos escribas e fariseus era, no mínimo, equivocado.

16. Observemos agora o ensinamento de Jesus:

 

AMAI OS VOSSOS INIMIGOS

 

17. Amar os inimigos! Obviamente não só os inimigos, de forma que podemos dizer “até” os inimigos. Essa é a interpretação de Jesus, e vem acompanhada de exemplos/ilustrações (bendizer... fazer bem... orar...).

18. Notem que temos aqui uma atitude positiva para com nossos inimigos. Um pouco antes Jesus dissera, sobre nossa atitude para com os perversos (inimigos, portanto), que deveria ser uma atitude de NÃO resistência. Mas aqui Jesus vai além e diz que não apenas não devemos resisti-los como devemos amá-los, e, diante disso podemos pensar no seguinte princípio: nossa maneira de tratar as pessoas não deve depender do que elas são ou do que elas têm feito a nós.

19. Não é assim que Deus age? Deus envia chuva e ordena que o sol brilhe não apenas para as pessoas de bem; ele o faz mesmo para as pessoas más e as iníquas. Deus não abençoa somente os esforços dos agricultores crentes... Deus está tratando, no geral, com todas as pessoas não conforme o que elas são ou conforme agem para com Ele, mas conforme o Seu amor, que é completamente desinteressado. Nas palavras de Loyd-Jones,

 

Esse amor não depende de qualquer coisa que em nós exista, pois se manifesta a despeito de nós. “porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o Seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16). Ora, o que levou Deus a agir desse modo? Teria sido alguma coisa amável, amorável ou digna de ser amada em nós ou no mundo? Teria sido algo que estimulou o eterno coração de amor? Nada disso, sob hipótese nenhuma. Tudo se deve exclusivamente às atitudes do próprio Deus, a despeito de nós. O que impeliu Deus foi o Seu próprio eterno coração amoroso, que não se deixa comover por qualquer motivo fora dele mesmo. Esse amor gera seus próprios movimentos e atividades – é um amor totalmente desinteressado.[3]

 

20. Essa é a forma de amor que devemos manifestar pelas pessoas, um amor desinteressado, um amor independente de quem sejam as pessoas e nem do que elas têm feito por nós ou a nós.

21. Falando de outra forma, as nossas atitudes, como servos de Deus, como novas criaturas, pertencentes a um reino diferente, não devem ser governadas por outras pessoas, pelo que elas fazem/dizem/pensam a nosso respeito. Há uma lei que diz que toda ação desencadeia uma reação correspondente. Essa lei, em muitos casos, não deve estar presente em nossas vidas, porquanto passamos a fazer parte de um reino cujas leis são diferentes das leis do reino dos homens.

22. Assim é que, exemplifica Jesus,

a.    Se alguém o maldiz, bendiga, isto é, diante de palavras malditas, reaja com palavras benditas; diante de palavras amargas, reaja com palavras doces; diante de palavras duras e grosseiras reaja com palavras gentis.

b.    Se alguém lhe odeia, faça-lhe o bem, isto é, diante de atos malévolos reaja com atos benévolos; quando alguém se lhe apresentar extremamente desprezador e cruel, não lhe retribua da mesma forma. A regra para o crente é “ações benévolas em favor até dos cruéis”.

c.    Se alguém lhe maltrata e persegue, ore por ele. Peça a Deus misericórdia para essas pessoas; peça a Deus para salvar as almas dessas pessoas. Afinal, foi por isso que Jesus veio a esse mundo, para buscar e salvar os pecadores.

23. Se assim não fizermos, que galardão teremos?

24. Se assim não fizermos, como poderemos dizer que somos filhos de Deus, semelhantes a eles?

 

FONTES:

 

CHAMPLIN, R. N. – O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – volume 1

 

Lloyd-Jones, Martin – Estudos no Sermão do Monte – Editora Fiel



[1] CHAMPLIN, R. N. – O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – volume 1

[2] Lloyd-Jones, Martin – Estudos no Sermão do Monte – Editora Fiel

[3] Ibid.