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quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Estudos no Sermão do Monte / parte 29 – Não Andeis Ansiosos

 

NÃO ANDEIS ANSIOSOS – CONFIEM EM DEUS

 

Mateus 6.25-34

 

01. Em estudo anterior (na verdade anterior ao anterior – estudo 27: “Tesouros no céu e na terra”) percebemos ter chegado a uma parte do sermão do monte que contempla o homem em sua relação para com a vida em geral, como uma pessoa que se preocupa com alimentação, vestuário, abrigo, etc. E consideramos que precisamos destas coisas para viver aqui neste mundo, mas que essa necessidade traz consigo o perigo do mundanismo. Corremos o risco de nos tornarmos mundanos de duas formas:

a.    A forma de um afeto positivo pelo mundo;

b.    E a forma de preocupação/ansiedade com relação às coisas do mundo.

02. A primeira forma já a estudamos, e a segunda veremos agora.

03. Vamos ler o texto bíblico:

 

“Por isso, vos digo: não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo, mais do que a vestimenta? Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas? E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura? E, quanto ao vestuário, porque andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham, nem fiam. E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pequena fé? Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos ou que beberemos ou com que nos vestiremos? (Porque todas essas coisas os gentios procuram.) Decerto, vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas essas coisas; Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas.  Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.” (Mateus 6:25-34 RC)

 

04. O que podemos, de forma breve, pensar a partir dessa palavra de Jesus? Vejamos:

 

I. EXISTEM BOAS RAZÕES PARA NÃO ANDARMOS ANSIOSOS.

 

01. Quais seriam algumas dessas boas razões? Vejamos:

 

1.1. A Soberania de Deus.

 

02. A Soberania de Deus é o atributo pelo qual Ele domina (de forma absoluta) sobre toda a criação (Tozer).

03. Esse domínio de Deus sobre toda a criação assenta-se sobre os fatos de que Ele é Onisciente, Onipotente e absolutamente livre.

a.    Por Onisciência entendamos conhecimento total e perfeito sobre todas as coisas;

b.    Por Onipotência entendamos que Deus possui total poder sobre todas as coisas;

c.    E por absoluta liberdade entendamos que Deus não é, nunca foi e nunca será limitado por nada e nem ninguém; Ele pode sempre fazer o que Lhe agrada

04. Então, o nosso Deus conhece todas as coisas total e perfeitamente, tem poder absoluto sobre todas essas coisas e é livre para agir conforme Ele quiser sobre todas as coisas. NADA acontece sem a permissão e o controle de Deus. Para citar apenas alguns poucos exemplos:

d.    Balaão não pôde amaldiçoar Israel. Foi contratado para amaldiçoar, mas só pôde abençoar. (Números 2, 23 e 24);

e.    Satanás só pôde fazer a Jó o que Deus deixou e porque Deus deixou.

f.     As autoridades religiosas judaicas que queriam prender e matar Jesus não puderam fazê-lo enquanto não chegou o tempo determinado por Deus – veja João 7.25-30, 8.19-20, 13.1, 18.1-12, 19-21, 19.9-11

05. Então, se assim o é, tudo o que acontece, por menos que sejamos psicologicamente capazes de entender, acontece sob o olhar de Deus e sob Sua Soberana permissão.

06. Mas esse conhecimento não nos seria de forma alguma confortante, tranquilizador, não fosse o fato subsequente de que:

 

1.2. Esse Deus Soberano é – se integramos o grupo dos “bem-aventurados” do início do Sermão da montanha – mais que nosso Criador: Ele é “nosso Pai que está nos céus”.

 

07. Essa é a segunda razão para não andarmos ansiosos.

08. Ele cuida das aves, Ele cuida dos lírios do campo e cuidará muito mais de seus filhos. Conquanto a providência divina atinja a todos os homens, a promessa específica de cuidado no que respeita à manutenção da vida é para os filhos. Se você é filho essas promessas são para você, e, portanto, sentir-se ansioso e preocupado é falta de confiança em Deus e, consequentemente, pecado.

09. Eu volto a repetir o que já disse recentemente em um de nossos cultos de oração: eu sei que dizer isso pra vocês, falar sobre a ilogicidade e até pecaminosidade da ansiedade pelas coisas desta vida e que isto vocês devem evitar, é bem mais fácil que fazer. Falar é mais fácil que praticar. Entretanto, eu preciso falar porque Jesus falou, e, creiam, ao falar falo não apenas para vocês; falo também para mim – e talvez muito mais para mim.

10. Então, voltando ao assunto, não precisamos e não devemos ficar ansiosos pelas coisas desta vida porque o Deus Soberano que sabe todas as coisas e tem poder sobre todas as coisas e é absolutamente livre para agir conforme Sua vontade sobre todas as coisas e de quem nada, absolutamente nada, foge ao controle, tudo o que acontece é sob seus olhos e permissão, esse Deus é “nosso Pai que está nos céus”, e Ele cuida das aves do céu, das flores do Campo e também cuidará de seus filhos.

 

1.3. A ansiedade não melhora nada.

 

11. Esta é outra boa razão.

12. “Qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado...?” – Algumas versões dizem “estatura” e outras dizem “curso da vida” – a tradução é difícil. Talvez, de acordo com o contexto, a melhor seja “curso da vida”. Mas em qualquer uma delas a mensagem a ser transmitida não se altera: a ansiedade não melhora nada. Quem pode, pela ansiedade, acrescentar um côvado que seja ao curso de sua vida neste mundo?

13. Ter consciência da necessidade que temos de coisas desta vida, como alimento, vestuário, moradia, etc., e trabalhar de forma natural e tranquila para suprir essas necessidades é um coisa, mas nutrir ansiedade por causa delas, ao ponto até de nossa mente e nossa vitalidade ficar tomada por essas preocupações e nem conseguirmos mais nos dedicar ao reino de Deus (que deve vir em primeiro lugar em nossa busca), é outra coisa – aí já é falta de confiança de nossa parte de que Deus cuida de nós. E, pior: essa ansiedade não melhora nada...

14. Tendo visto esta boas razões para não andarmos ansiosos, pensemos agora no fato de que:

 

II. NÃO ANDAR ANSIOSO NÃO SIGNIFICA PASSIVIDADE.

 

01. Jesus não disse para ficarmos parados esperando que tudo aquilo de que necessitamos venha até nós “num passe de mágica”.

02. Em Gênesis 3, logo após o homem pecar, Deus lhe diz que, a partir dali ele, para seu sustento, teria que “suar o rosto”, indicando um certo grau de dificuldade imposta, apesar da providência divina geral. Entretanto, mesmo antes do pecado, Deus pôs o homem recém-criado no jardim do Éden “para guardar e lavrar”.

03. Em toda a Bíblia vemos Deus provendo o sustento de seu povo não o livrando, porém, do trabalho, a não ser em algumas ocasiões e por motivos muito específicos. Pensemos, por exemplo, em Abraão, Isaque ou em Jacó, a quem Deus proveu de muitas posses, mas não os livrou do trabalho, da busca, do “cultivo”, e eles até tiveram que contratar mais trabalhadores quando as posses já eram tantas que eles não davam conta de cuidar sozinhos.

04. Temos que agir/sair em busca do emprego, em busca de com que adquirir nosso sustento, vestuário, habitação, saúde... Até mesmo o desenvolvimento da obra de Deus neste mundo demanda muito trabalho de nossa parte.

05. Não há espaço para a passividade em nossa vida, mas também não deve haver para a ansiedade.

06. Atitude, ação, trabalho, porém com fé e tranquilidade – nem ansiedade e nem passividade.

07. E, por último:

 

III. O REINO DE DEUS E A SUA JUSTIÇA DEVEM SER A NOSSA PRIORIDADE MÁXIMA.

 

01. Buscai, portanto, em primeiro lugar, o reino de Deus e a sua justiça...

a.    Primeiro aqui significa:

                                  i.    Antes de qualquer outra coisa;

                                ii.    Mais importante que qualquer outra coisa;

                               iii.    Melhor que qualquer outra coisa.

02. Textos paralelos para reflexão:

a.    2 Coríntios 4.16-5.1

b.    Colossenses 3.1-4

 

CONCLUSÃO

 

[...]

 

 

Pr. Walmir Vigo Gonçalves.

Fontes de consulta:

Estudos no Sermão do Monte – Lloyde-Jones

Bíblia Online 3.0 – SBB

Mais Perto de Deus – A. W. Tozer

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