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terça-feira, 17 de outubro de 2017

Não Temeremos

NÃO TEMEREMOS

Salmo 46

 

1.    Nosso estudo hoje será no Salmo 46 sob o tema “Não Temeremos”.

2.    Vamos ler o texto?

 

“1 ¶ Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia. 2  Pelo que não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se transportem para o meio dos mares. 3  Ainda que as águas rujam e se perturbem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza. (Selá) 4  um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo. 5  Deus está no meio dela; não será abalada; Deus a ajudará ao romper da manhã. 6 ¶ As nações se embraveceram; os reinos se moveram; ele levantou a sua voz e a terra se derreteu. 7  O SENHOR dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. (Selá) 8  Vinde, contemplai as obras do SENHOR; que desolações tem feito na terra! 9  Ele faz cessar as guerras até ao fim da terra; quebra o arco e corta a lança; queima os carros no fogo. 10  Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre as nações; serei exaltado sobre a terra. 11  O SENHOR dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. (Selá)” (Salmos 46:1-11 RC)

 

3.    Qual é o possível contexto histórico do salmo? E qual é o seu possível autor? Qual é a sua ênfase? São perguntas interessantes de serem respondidas antes de mais nada, e Warren W. Wiersbe tem uma palavra bem atraente a esse respeito em seu comentário acerca deste Salmo.

a.    Quanto ao contexto histórico, é bem provável, segundo Wiersbe, que seja a ocasião em que Deus livrou Jerusalém dos assírios no tempo do rei Ezequias, episódio registrado em II Reis 18 e 19, II Crônicas 32 e Isaías 36 e 37. Seria interessante ler todos esses textos, porque, apesar de narrarem a mesma história, cada um deles traz detalhes que complementam o outro. Porém, como a leitura é mais ou menos longa, vamos ler em II Crônicas apenas, versos 1-23:

 

“ Depois dessas coisas e dessa fidelidade, veio Senaqueribe, rei da Assíria, e entrou em Judá, e acampou-se contra as cidades fortes, e intentou separá-las para si.  Vendo, pois, Ezequias que Senaqueribe vinha e que o seu rosto era de guerra contra Jerusalém, teve conselho com os seus príncipes e os seus varões, para que se tapassem as fontes das águas que havia fora da cidade; e eles o ajudaram.  Assim, muito povo se ajuntou e tapou todas as fontes, como também o ribeiro que se estendia pelo meio da terra. E disseram: Por que viriam os reis da Assíria e achariam tantas águas?  E ele se fortificou, e edificou todo o muro quebrado até às torres, e levantou o outro muro para fora, e fortificou a Milo na Cidade de Davi, e fez armas e escudos em abundância.  E pôs oficiais de guerra sobre o povo, e ajuntou-os a si na praça da porta da cidade, e falou-lhes ao coração, dizendo: Esforçai-vos e tende bom ânimo; não temais, nem vos espanteis por causa do rei da Assíria, nem por causa de toda a multidão que está com ele, porque há um maior conosco do que com ele.  Com ele está o braço de carne, mas conosco, o SENHOR, nosso Deus, para nos ajudar e para guerrear nossas guerras. E o povo descansou nas palavras de Ezequias, rei de Judá.  Depois disso, Senaqueribe, rei da Assíria, enviou os seus servos a Jerusalém (ele, porém, estava diante de Laquis, com todo o seu domínio), a Ezequias, rei de Judá, e a todo o Judá que estava em Jerusalém, dizendo: Assim diz Senaqueribe, rei da Assíria: Em que confiais vós, que vos ficais na fortaleza em Jerusalém?  Porventura, não vos incita Ezequias, para morrerdes à fome e à sede, dizendo: O SENHOR, nosso Deus, nos livrará das mãos do rei da Assíria?  Não é Ezequias o mesmo que tirou os seus altos e os seus altares e falou a Judá e a Jerusalém, dizendo: Diante do único altar vos prostrareis e sobre ele queimareis incenso?  Não sabeis vós o que eu e meus pais fizemos a todos os povos das terras? Porventura, puderam de qualquer maneira os deuses das nações daquelas terras livrar a sua terra das minhas mãos?  Qual é, de todos os deuses daquelas nações que meus pais destruíram, que pôde livrar o seu povo das minhas mãos, para que vosso Deus vos possa livrar das minhas mãos?  Agora, pois, não vos engane Ezequias, nem vos incite assim, nem lhe deis crédito, porque nenhum deus de nação alguma, nem de reino algum pôde livrar o seu povo das minhas mãos, nem das mãos de meus pais, quanto menos vos poderá livrar o vosso Deus das minhas mãos.  Também seus servos falaram ainda mais contra o SENHOR Deus e contra Ezequias, o seu servo. Escreveu também cartas, para blasfemar do SENHOR, Deus de Israel, e para falar contra ele, dizendo: Assim como os deuses das nações das terras não livraram o seu povo das minhas mãos, assim também o Deus de Ezequias não livrará o seu povo das minhas mãos.  E clamaram em alta voz em judaico contra o povo de Jerusalém que estava em cima do muro, para os atemorizarem e os perturbarem, para tomarem a cidade.  E falaram do Deus de Jerusalém, como dos deuses dos povos da terra, obras das mãos dos homens.  Porém o rei Ezequias e o profeta Isaías, filho de Amoz, oraram por causa disso e clamaram ao céu.  Então, o SENHOR enviou um anjo que destruiu todos os varões valentes, e os príncipes, e os chefes no arraial do rei da Assíria; e este tornou com vergonha de rosto à sua terra; e, entrando na casa de seu deus, os mesmos que descenderam dele o mataram ali à espada.  Assim livrou o SENHOR a Ezequias e aos moradores de Jerusalém das mãos de Senaqueribe, rei da Assíria, e das mãos de todos; e de todos os lados os guiou.  E muitos traziam presentes a Jerusalém, ao SENHOR, e coisas preciosíssimas a Ezequias, rei de Judá, de modo que, depois disso, foi exaltado perante os olhos de todas as nações. ” (2 Crônicas 32:1-23 RC)

 

Então esse é o provável contexto histórico em que o salmista se expressa dizendo que “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia. Pelo que, não temeremos...”

 

b.    Quanto ao autor, ele é desconhecido, o salmo não o revela, mas é bem provável, segundo Wiersbe, que seja o próprio Rei Ezequias, que era poeta.

c.    E a ênfase do Salmo é bem clara: o salmo concentra-se no Senhor e em quem Ele é para o povo que nele confia; versa sobre a presença do Senhor com o Seu povo e sobre como faz uma grande diferença confiar n`Ele durante as transformações e dificuldades da vida. Exemplos nós os temos em abundância para citar, e, de imediato podemos mencionar alguns além daquele do contexto histórico do salmo:

                                  i.    Aquela esposa (Mirna – de Muqui) cuja família ia bem até o dia em que o marido se afundou no mundo dos vícios. Ela poderia simplesmente tê-lo abandonado, mas escolheu confiar no Senhor e o Senhor o salvou e salva foi a integridade de sua família.

                                ii.    Aquele casal (Vanessa e Anderson – de Foz), cujo filho ainda no ventre foi diagnosticado com uma gravíssima hidrocefalia que levou os médicos a recomendarem o aborto; mas o casal decidiu confiar em Deus e hoje estão vivendo alegremente junto ao filho já quase adolescente, com pouquíssima ou nenhuma sequela (visivelmente nenhuma). E além dele, Deus os abençoou há mais ou menos três anos com uma linda garotinha.

                               iii.    Aquele bem conhecido senhor de quase noventa anos, o Dr. Russel Shedd, acometido por um câncer, e que parecia saber que seu fim estava próximo, mas que tinha gemidos apenas de dor e não de lamentação, e que morreu dizendo estar feliz porque estava desmamando deste mundo para ir à presença de Deus na eternidade.

4.    Então, resumindo:

a.    Possível contexto histórico: a ocasião em que Deus livrou Jerusalém dos assírios no tempo do rei Ezequias;

b.    Possível autor: o próprio rei Ezequias;

c.    Ênfase do Salmo: O Senhor e quem Ele é para o povo que nele confia; a presença do Senhor com o Seu povo e a grande diferença que faz confiar n`Ele durante as transformações e dificuldades da vida.

5.    Vamos adiante, pensando agora em “quando e porque não temeremos”. Apenas algumas considerações:

a.    Não temeremos QUANDO Deus nos chamar para uma tarefa, por mais difícil que ela seja. PORQUE na verdade quem vai fazer é Ele ou Ele vai nos capacitar. Alguns exemplos bíblicos:

                                  i.    Abraão – Foi chamado para sair da terra de sua parentela e peregrinar numa terra que ele não conhecia, com a promessa de que ele seria pai de uma grande nação, e que seus descendentes herdariam a terra de suas peregrinações, e que em sua descendência seriam benditas todas as famílias da terra. Lembrem-se que Abraão já era de idade avançada, e sua esposa Sara também, e eles não tinham filhos porque Sara era estéril, e de que no filho dele com Sara (que veio a ser Isaque) seria chamada a sua descendência. E que poder tinha Abraão de fazer isso acontecer? Poder nenhum!!! Mas, pela fé ele obedeceu... e foi... sem saber para onde ia... E Deus fez tudo acontecer do jeito que tinha falado

                                ii.    Moisés – Foi chamado por Deus para ser o libertador de Israel; libertador dos descendentes de Abraão, que agora já eram numerosos, mas que ainda não haviam recebido a terra prometida por herança e estavam escravos no Egito, conforme o próprio Deus também havia falado que aconteceria. Mas o tempo da libertação chegou, e Deus chama Moisés para realizar a obra. Deus já estava protegendo Moisés desde o ventre de sua mãe; protegeu-o de ser morto no Rio Nilo por ordem do Faraó e ainda providenciou para que ele fosse adotado pela filha do Faraó e cuidado por sua própria mãe. E agora Deus o chama para libertar o povo. Que poder tinha Moisés para isso? Primeiro ele teria que conseguir a libertação do povo (600.000 homens e mais duas ou três vezes esse número de mulheres e crianças) e depois conduzir esse povo pelo deserto, alimentar esse povo, saciar a sede desse povo no deserto escaldante, e leva-lo para uma terra que eles deveriam conquistar, terra de homens grandes e fortes, bravos guerreiros. Que poder tinha Moisés para fazer isso? Poder nenhum!!! Mas Deus fez tudo acontecer, e o fez com grandes manifestações de poder, inclusive poder sobre aquelas coisas que o Egito considerava como sendo divindades.

                               iii.    Gideão – Foi chamado por Deus, no tempo dos juízes, para ser o juiz libertador de Israel da servidão sob os midianitas. Que poder tinha Gideão para fazer isso? Nenhum poder!!! Mas depois de algumas provas de que era Deus mesmo quem o estava chamando, ele aceitou o desafio, e Deus colocou um exército à disposição de Gideão: 300 homens! Uma piada! O outro exército tinha 132.000 homens de guerra. Que poder teria Gideão e seus trezentos soldados contra aquele exército? Nenhum!!! Era, como bem disse alguém, um “comando suicida”. Mas foi assim, conforme Deus disse a Gideão, para que o povo soubesse que era Ele, Deus, quem os estava livrando, para que eles não se gloriassem contra o Senhor dizendo que pelas suas próprias mãos eles se haviam livrado.

                               iv.    Josué – O que primeiro lhe vem à mente quando você pensa em Josué? A mim me vem à mente o episódio da conquista de Jericó. Mas Jericó tinha uma muralha imponente, intransponível! Como passar por essa muralha? Eles passaram assim, conforme lemos em Josué 6: eles rodearam a cidade com sete sacerdotes levando, diante da arca do concerto, sete buzinas de carneiro; por seis dias eles rodearam a cidade cada dia uma vez, e, no sétimo dia, eles rodearam a cidade sete vezes, os sacerdotes tocaram as buzinas, o povo gritou... e a muralha caiu. Josué??? Claro que não!!! DEUS!!!

 

Então, não temeremos QUANDO Deus nos chamar para uma tarefa, por mais difícil que ela seja. PORQUE na verdade quem vai fazer é Ele ou Ele vai nos capacitar. Quando Deus orientar a igreja a caminhar em determinada direção, ela deve fazer sem temor, porque assim Deus vai fazer maravilhas em nosso meio.

 

Mas também, não temeremos:

 

b.    QUANDO estivermos sofrendo as angústias naturais da vida:

                                  i.    Enfermidades;

                                ii.    Calamidades;

                               iii.    Catástrofes naturais;

                               iv.    E mesmo a morte;

 

PORQUE Deus é o nosso Refúgio e Fortaleza, socorro bem presente na angústia.

 

E muito menos ainda temeremos:

 

c.    QUANDO estivermos em algum perigo por causa de nossa fidelidade a Deus:

                                  i.    Como Daniel...

                                ii.    Como Misael, Hananias e Azarias...

                               iii.    Como Estêvão...

                               iv.    Como Paulo...

                                v.    Como os grandes mártires da história passada da igreja, muitos dos quais foram queimados vivos e outros lançados às feras diante de grande plateia para servir de espetáculo, mas não negaram a sua fé...

                               vi.    Como os grandes heróis da atual história da igreja, muitos dos quais têm sido presos e mortos ainda hoje por causa da pregação do evangelho em lugares onde a hostilidade ao evangelho é extremamente forte; e muitos dos quais têm estado em lugares perigosos por causa de guerrilhas; e muitos dos quais têm estado em lugares extremamente nocivos à saúde, sujeitos à morte... para ali exercerem a fidelidade a Deus em seu chamado para pregar o evangelho.

 

Não temeremos nestas situações:

PORQUE nada pode nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus e

PORQUE nossa leve e momentânea tribulação não pode ser comparada à glória que em nós há de ser revelada

 

d.    E não temeremos QUANDO esse tabernáculo se desfizer...

PORQUE temos de Deus uma casa, feita não por mãos, eterna nos céus....

 

6.    E "POR QUE" mais não temeremos? Bem, poderíamos continuar aqui citando muitas razões mais, mas uma grande razão, com a qual encerro essa palavra, é a Soberania de Deus e o fato de Ele ser o “Nosso Pai que está nos céus”, como nos ensinou Jesus.

a.    A Soberania de Deus é o atributo pelo qual Ele domina (de forma absoluta) sobre toda a criação (Tozer).

b.    Esse domínio de Deus sobre toda a criação assenta-se sobre os fatos de que Ele é Onisciente, Onipotente e absolutamente livre, isto é:

                                  i.    Ele possui conhecimento total e perfeito sobre todas as coisas;

                                ii.    Ele possui total poder sobre todas as coisas;

                               iii.    E Ele nunca foi e nunca será limitado por nada e nem ninguém; Ele pode sempre fazer o que Lhe agrada

b.   NADA acontece sem a permissão e o controle de Deus. Para citar apenas alguns poucos exemplos:

                                  i.    Balaão não pôde amaldiçoar Israel. Foi contratado para amaldiçoar, mas só pôde abençoar. (Números 2, 23 e 24);

                                ii.    Satanás só pôde fazer a Jó o que Deus deixou e porque Deus deixou.

                               iii.    As autoridades religiosas judaicas que queriam prender e matar Jesus não puderam fazê-lo enquanto não chegou o tempo determinado por Deus – veja João 7.25-30, 8.19-20, 13.1, 18.1-12, 19-21, 19.9-11

c.   Então, se assim o é, tudo o que acontece, por menos que sejamos psicologicamente capazes de entender, acontece sob o olhar de Deus e sob Sua Soberana permissão.

d.   Mas esse conhecimento não nos seria de forma alguma confortante, tranquilizador, não fosse o fato de que: Esse Deus Soberano é mais que nosso Criador: Ele é “nosso Pai que está nos céus”.

                                  i.    Ele cuida das aves, Ele cuida dos lírios do campo e cuidará muito mais de seus filhos.

e.   Então, não temeremos, PORQUE o Deus Soberano que sabe todas as coisas e tem poder sobre todas as coisas e é absolutamente livre para agir conforme Sua vontade sobre todas as coisas e de quem nada, absolutamente nada, foge ao controle, tudo o que acontece é sob seus olhos e permissão, esse Deus é “nosso Pai que está nos céus”, e Ele cuida das aves do céu, das flores do Campo e também cuidará de seus filhos.

 

7.   “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia. Pelo que não temeremos...” – Você pode dizer amém?

 

Pr. Walmir Vigo Gonçalves

Muqui – Outubro de 2017

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